É noite fechada em Búzios. Assim como a maioria das pessoas na cidade, Garcia também dorme, mas seu sono é perturbado subitamente pelo barulho estridente de uma vidraça se quebrando. Zonzo, tropeçando nos móveis, ele se levanta, veste um roupão e, à medida que desperta, vai se assustando com os rumores que vem de fora. Quando ouve a sirene, ele intui que algo de muito grave aconteceu. Só não imagina que seja tão próximo a ele. Isso, Garcia só vai perceber quando vir o fogo, altas labaredas, queimando seu restaurante.
Não foi uma boca de gás aberta, não foi nenhum descuido dele ou dos empregados. O incêndio é criminoso mesmo e o autor é Lucas. Como um terrorista, arremessa coquetéis molotov, bombas incendiárias para arrasar a vida do homem que se recusou a ceder à sua chantagem. Não leva os cem mil que exigiu, mas ao menos o argentino sai perdendo também.
Enquanto o restaurante é consumido pelas chamas, em meio ao tumulto, aos gritos, bombeiros e à fumaça negra, vemos o rosto desolado de Garcia como se falasse: “E agora?”.
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