Ryan Murphy cedeu uma entrevista ao The Hollywood Reporter onde falou sobre a nova temporada, fez um balanço das outras três, contou sobre os novos atores e personagens, o novo formato da série, se haverá uma nova turnê e MUITO mais. Clique em ‘Leia Mais’ para conferir.
Ryan Murphy: O que eu quis fazer com Glee, foi voltar as raízes. Trouxemos a ideia de olhar para uma meta de longo prazo; para voltar a raiz de perdedores. Foi uma escolha natural mandar Rachel e Kurt para Nova York porque mais uma vez, eles são pequenos peixes num grande lago. Isso nos permitiu escrever histórias onde você pode torcer por eles, segui-los e investir em suas esperanças e sonhos como as pessoas costumavam fazer no começo da série. Quando eles começaram, eles eram um pequeno clube que todos odiavam e ninguém pensava que um dia eles seriam alguma coisa. Mas no final da terceira temporada, eles venceram as nacionais. O que sempre foi importante para nós era fazer uma série em que os personagens se davam a oportunidade de crescer e mudar, particularmente como os personagens da Lea Michele e do Chris Colfer em Nova York, e introduzir um novo interesse amoroso para Lea (Dean Geyer – Brody) para complicar sua coisa com Finn (Cory Monteith). Como você verá no episódio tributo à Britney Spears e no episódio ‘Makeover’ que virá depois dele, há um grande avanço em termos de interesse e tudo em relação a forma da aparência de Rachel e de como ela age – Isso era importante.
Outra coisa que queríamos fazer era repovoar a escola com o próximo grupo de personagens principais. Temos feito isso – não necessariamente bem – adicionando um ou dois novos personagens a cada temporada, e depois, não necessariamente, seguiríamos com suas histórias tanto quanto deveríamos seguir. Nós queríamos adicionar um novo grupo de alunos do segundo ano agora e esperançosamente eles nos dariam mais alguns anos e nós poderíamos acompanhar todos o crescimento deles. Nós passamos três meses procurando essas pessoas. Blake Jenner venceu o The Glee Project e eu sabia que ele era um deles e os outros dois nós passamos três meses procurando por todo o país, assim como fizemos no pilot; Eu não acho que fizemos uma procura tão grande desde então. Como no pilot, pegamos seis atores para esses papéis: Jake, Marley e Kitty e os levamos para o estúdio e para o canal. Desde que fizemos o pilot, eu os escolhi, mas eu realmente queria que o estúdio e o canal investissem nesses atores. A grande descoberta para mim foi Melissa. Nenhum de nós estávamos felizes com as escolhas para esse papel (Marley), porque nós queríamos um rosto novo, que nunca tivéssemos visto antes. Ela apareceu no último momento e o que ajudou para selecioná-la foi a escalação de Jake. Nós o escolhemos e ele leu o roteiro como todas as candidatas e no final, eu perguntei o que ele achava. Ele disse, “Melissa é a melhor”. Ela foi a única com quem ele teve mais química e eu pensei que isso deveria ser levado em conta.
Na narrativa, na segunda e na terceira temporada, séries são jornadas e você descobre o que fazer e o que você pode e o que você não pode fazer com sucesso e eu acho que nós corremos alguns riscos com muitas fantasias e números de grande produção que talvez para algumas pessoas, não foram bons o suficiente. Eu os amei, mas algumas pessoas não. A narrativa está muito mais focada na realidade, talvez mais do que nunca. Você verá isso nos próximos nove episódios. O exemplo perfeito disso é como nós contamos o episódio tributo à Britney Spears na primeira temporada e como contamos nessa. É muito diferente. Na maior parte, a coisa da Britney nesse segundo tributo é muito mais compreensível e real e não há muitas coisas de fantasia. Ainda há uns momentos doidos, não me leve a mal, mas era esse o sentimento, basicamente. Povoar Nova York, repovoar a sala de aula e você tem que ter cuidado com que estará voltando e quando você quer que eles apareçam, o que é realmente divertido para o público é que tem esse grupo de alunos que se formou e depois a cada par de episódios – por volta do episódio 12 -, pessoas que você cresceu amando irão aparecer em uma nova e empolgante maneira e você poderá acompanhá-los e ver como suas caminhadas estão indo. Isso tem sido muito revigorante também. Basicamente nós temos um glee club ilustre e também temos o novo glee club e tem sido muito divertido escrever sobre.
O musical Grease também parece estar seguindo um arco semelhante ao de West Side Story da última temporada, que coincidiu com as eleições do corpo estudantil, que também fará parte da Quarta Temporada. Foi intencional a decisão de seguir um ano escolar tradicional?
Grease são os episódios cinco e seis. Algumas das coisas que as pessoas comentam comigo, é que elas adoram quando fazemos musicais, eleições e formatura, então nós provavelmente vamos sempre estar fazendo essas três coisas e focar [o programa] em eventos. Eu amei West Side Story e ano passado, acho que começamos com uma tangente onde talvez fizemos muitas coisas da Broadway e muitas coisas desconhecidas por nossa audiência. Eu pessoalmente gostei, mas sei que muitas pessoas não conheciam essas músicas. Nós fomos bem cuidadosos esse ano em dizer, “OK, vamos fazer algo que os pais poderão assistir com seus filhos; que musical deve ser?” Deve ser Grease. Todos nós crescemos com Grease e as crianças ainda assistem e amam. É um exemplo das coisas que estamos tentando fazer na série para deixá-la com um pouco mais de apelo familiar e um pouco menos formal. Isso tem sido um verdadeiro esforço e eu acho que valeu a pena.
Como serão incorporados os personagens originais, como Quinn, Santana, Mercedes, Puck, nesse Glee 2.0 para impulsionar a série?
As pessoas amam esses personagens e para mim, podemos fazer uma série onde ficassemos com esse grupo por seis anos e depois a série acabaria, mas não se engane, a série tem um realismo intensificado e eu queria seguir suas jornadas, e seus altos e baixos. Por exemplo, as carreiras de Finn e Rachel, e como Santana (Naya Rivera) está se saindo na faculdade – ela volta em uma forma inesperadamente divertida. Quinn (Dianna Agron) volta nos feriados em uma forma bem legal. Eu quero ver esses personagens crescendo e mudando e não sendo os mesmos. No final do dia, a série é sobre buscar seus sonhos, é o que Glee sempre foi. Eu quero ver esses personagens irem em busca de seus sonhos, eu quero vê-los lutar e alcançar. Eu reconheço que as pessoas realmente sentem falta de muitos desses personagens, mas eu recentemente entrei no Twitter e fiquei feliz em ler na noite da premiere como muitas pessoas amaram Marley e Jake e como muitas amaram odiar Kitty; isso foi um bom sinal para mim. Ao final do episódio 12, teremos voltado às bases e trazido de volta todos que todos amaram e as pessoas vão achar isso interessante, é algo divertido que virá pela frente.
Eu me lembro de quando me formei no ensino médio e fui para a faculdade. Eu tive muito sucesso e amigos no ensino médio e eu voltava nos feriados e quando tinham musicais e grandes eventos porque eu me sentia um formando orgulhoso e havia muito orgulho nisso e havia muito orgulho nisso. Definitivamente, este sentimento está nessa temporada; eles venceram as nacionais e eu acho que eles têm muito orgulho disso e uma grande tradição, que eles vão tentar passar para os novos. Todos os atores amaram isso. Antes era uma programação muito, muito puxada. Agora o elenco está muito energizado. As pessoas não têm mais que trabalhar 18 horas por dia; eles podem trabalhar três ou quatro dias por semana e tirarem uma semana de folga e eles estão permitidos a fazerem filmes, músicas, ou projetos de livros. Isso se tornou uma base familiar. Estou orgulhoso de como nós interligamos Nova York com Ohio e mantivemos essas histórias juntas, era algo que eu queria fazer e os roteiristas estão fazendo um grande trabalho com isso.
Poderemos ver os formados em outras cidades (Mike em Chicago, Puck e Mercedes em Los Angeles)?
Não iremos à L.A. ou São Francisco. Quando se tem eventos como os que iremos ter – a Seletiva será nosso episódio de Ação de Graças, os musicais, são grandes oportunidades para as pessoas voltarem e compartilhar o que está acontecendo com eles em suas vidas. Isso vai ser divertido para as pessoas, mas não, nós realmente estamos interessados apenas em Nova York e Ohio.
Quais desafios você se deparou com o novo formato? O que está sendo mais fácil/mais difícil?
A coisa mais fácil desta série, e ela é sobre primeiras vezes, é nisso que séries sobre o ensino médio mostram seus melhores trabalhos, porque você está acompanhando personagens que estão passando por momentos pela primeira vez em suas vidas. No 3º ano, fomos ficando um pouco lentos em relação aos primeiros momentos, porque eles eram muitos: namorar, perder a virgindade, ganhar as Nacionais, etc. Mas com alguns deles crescendo e indo para a faculdade e se mudando para Nova York, há um conjunto inteiro de primeiras vezes e para o nosso elenco novo, eles estão experimentando os seus primeiros momentos de uma forma muito diferente do que os outros fizeram. Nós queríamos ter certeza de que Marley, Jake e Kitty, à primeira vista, seria muito fácil dizer, “Essa é a nova Rachel, Puck e Quinn,” mas eles são muito diferentes. Quando chegarmos por volta dos episódios 5, 6 e 7, você verá que eles têm questões e coisas muito diferentes em comparação ao grupo anterior.
As comparações para os novos personagens, foram feitas intencionalmente para facilitar o entendimento do público em relação aos novatos e não sentirem tanta falta dos formados?
Acho que sim. É o que acontece no show business, você substitui estrelas com arquétipos de um modo estranho (risos). Essa foi a piada que nós tivemos, nós chamamos (o episódio de estréia) “The New Rachel“, mas não se engane que depois do primeiro episódio, como você verá, com a relação de Marley com sua mãe, meninos e sua própria auto-consciência sobre seu peso, ela é um personagem completamente diferente do que Rachel sempre foi. Tínhamos consciência de que as pessoas iriam pensar isso, mas como o aprofundar da execução você verá como, individualmente, eles são grandes. Nós nunca tivemos na série uma personagem como Marley. Rachel era confiante desde o começo, embora tivesse suas inseguranças.
“Britney 2.0″ é um episódio forte, foi uma decisão natural fazer outro tributo à Spears dado seu compromisso com o X Factor?
Não, essa foi minha idéia. Eles nunca me pediram nada. O primeiro episódio, nós tínhamos a cooperação da Britney, ela estava nele, teve aprovações e eu nunca quis fazer isso de novo. Pensei que seria interessante fazer uma homenagem à ela, simplesmente porque foi um grande sucesso para nós, mas de uma maneira diferente. Eu gosto de fazer homenagens da forma como fizemos neste episódio, o mais importante é que estamos seguindo as histórias dos personagens ou fazendo outro número de fantasia ou algumas dessas coisas ambíguas. Eu sugeri isso e o canal gostou por que a Britney está no X Factor mas seria uma maneira diferente de fazer isso. Eu não sei se ela viu o episódio e eu realmente a admiro. Espero que ela goste, mas era para ser outro tipo de declaração à ela. O que Brittany diz sobre ela no final é que a carreira de Britney Spears é sobre resistência e isso é o que dizemos.
O mesmo poderia ser dito para Glee.
(Rindo) Sim! É muito bom ouvir as pessoas dizerem coisas agradáveis sobre a série de novo, não vou mentir sobre isso. Às vezes, quando você está no início de uma série e ela torna-se tão popular, acho que as pessoas querem trazer coisas que são populares abaixo e isso é parte do processo. Houve alguns dias negros ao longo do caminho com Glee e o que aconteceu é que nós paramos de prestar atenção nisso. Nós dissemos: “Vamos parar com as fantasias e vamos parar com a ambiguidade. Quais são as histórias dos personagens que poderíamos contar?”. Fiquei chocado que muitas pessoas começaram a gostar e voltaram à bordo, de uma forma agradável. Eu sinto que tenho uma paixão realmente renovada por isso, porque eu amo o que estamos fazendo com os personagens antigos e com os novos personagens. Eu realmente quero que a série continue por muitos mais anos.
Você tem alguma ideia de quantas temporadas você gostaria que Glee tivesse?
Eu não sei. Nessa época no ano passado, eu estava dizendo para as pessoas que eu, pessoalmente, queria fazê-la por apenas cinco anos, sendo que com esse já contaria quatro. Mas eu realmente quero seguir esses novos jovens em suas jornadas. Teremos uma reunião com a Fox em alguns dias e eu acho que se continuarmos fazendo isso certo e mantivermos a série popular, eu realmente quero fazer uma tour esse ano. Eu quero levar os novos membros para fora, levá-los para cruzar o país. Isso foi muito importante para o show em si e para a “vida” dele. Os fãs adoram e eu acho que os aproxima dos personagens. Se conseguirmos encontrar um jeito de continuar fazendo isso todos os anos mantendo a história boa, eu gostaria de fazê-la por muitos, muitos anos. Nesse ano, em um mês, teremos feito nossa 500ª música, o que é insano.Eu achava que nesse ponto em que cheguei, eu já estaria esgotado. Mas eu me sinto revigorado por isso. Eu amo a resposta dada pelos fãs e o caminho que estamos percorrendo. Estou muito confiante quanto a essa temporada e eu sei que o canal também, e isso é ótimo.
Veremos musicais e formaturas todos os anos? Será que Artie, Blaine, Brittany irão se formar?
Sim, Artie, Blaine, Brittany, irão se formar se ela conseguir acompanhá-los. Acho que é importante e acho que é importante este encerramento e para prestar homenagem a esses personagens que temos seguido de uma forma importante. Eles são sempre muito emocionantes para escrever e gravar, mas o meu sentimento é que há sempre um lugar para estes atores aqui, eles sempre podem voltar, nós vamos sempre escrever para eles – talvez não em todos os episódios. Algumas das pessoas que já trouxemos de volta para os primeiros 10 episódios estiveram em três, quatro ou cinco episódios e eles realmente gostaram. Isso não quer dizer que todo mundo que temos vai sair em turnê, eu acho que temos que descobrir isso e quando e onde estamos anunciando a turnê. Tudo parece bom para mim. Esse é o meu desejo, eu realmente amei a Tour. Se você ler o Twitter, as pessoas realmente parecem estar clamando por uma e eu posso ouvir as crianças novas e ouvi-los falar sobre isso já e perguntando aos veteranos como é. Estou animado com isso e acho que é alegre e festivo. Eu não sei como a turnê será ou o que vai ser, mas nós estamos apenas falando agora sobre se devemos ou não fazer isso, mas eu estou jogando o meu chapéu no ringue e dizendo que eu já vi seis episódios e agora sei que essas crianças novas são tão boas que eu realmente quero colocá-los na frente das pessoas e fazê-los ver como eles são talentosos.
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