Ninguém imaginava, mas o fim do relacionamento com Luciana é o início de uma crise sem precedentes para Jorge. Quem apostava que o arquiteto fosse tirar um peso das costas, se enganou. Pelo menos agora, que a coisa é recente, o que vemos é um Jorge deprimidíssimo, sem forças pra nada, sem vontade de falar com ninguém. Prostrado, ele ouve o telefone tocar insistentemente e não move um dedo para atender.
Myrna deixa um recado carinhoso: “Onde é que você está que não atende? Tô preocupada. Me dá uma ligada”. O celular volta a tocar: “Você está por aí?”. É Paixão. E nada de Jorge atender. Ela espera um segundo na esperança que ele atenda, mas desiste: “Qualquer coisa me liga”. Em seguida, outra ligação, desta vez Suzana, convidando-o pra “um programa diferente, jantar num restaurante que abriu na Gávea”. E nada de jorge se mexer. A empregada entra trazendo um lanchinho, puxa papo, mas tudo que consegue tirar de Jorge é um sorriso gentil e desanimado. Definitivamente, Jorge está fechado pra balanço.
Na tela do computador fotos de Luciana compõem aquele cenário de melancolia e desolação. Uma pergunta: se fosse ela, Jorge atenderia?
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