Para quem não sabe, Mindy Kaling encantou multidões com sua personagem Kelly Kapoor em The Office, na qual também escrevia roteiros. Mas os méritos da atriz vão além da comédia da NBC: ela é autora de um livro bem vendido, possui milhões de seguidores no Twitter, além de ser uma comediante. Mindy Kaling é praticamente uma versão chocolate de Tina Fey (30 Rock) e Amy Poheler (Parks and Recreation) nos anos iniciais de carreira.
Assim, é desnecessário dizer que as expectativas com a nova comédia da Fox eram imensas. Na realidade, nunca cheguei a acompanhar todas as temporadas de The Office para gostar genuinamente da atriz, porém, já li o livro dela, que por sinal é bem interessante e extramente engraçado. No geral, esperava mais da produção, mas o que vi agradou bastante.
Na série, Mindy Lahiri é tipo uma nova Bridget Jones, mas só na vida pessoal, já que na vida profissional, é uma médica bem sucedida, até mesmo quando está bêbada. Ela possui aquele sonho do Príncipe Encantado que nunca chega e, acima de tudo, confia cegamente no gênero comédia romântica. Esse último fator, provavelmente, é o mais enriquecedor da trama, uma vez que as referências à cultura pop em geral rolam soltas em todos os momentos do episódio.
Logo de cara, Mindy não decepciona. Com muitos momentos de vergonha alheira, a médica simplesmente decide que não vai esperar as coisas acontecerem em sua vida (afinal, ela já tem 31 anos) e tenta de tudo para não ficar sozinha, após conversar com uma boneca Barbie – já que ATÉ a boneca tem um namorado. Legal que essa epifania veio de uma conversa com um ser inanimado, mas ei, quando você está bêbado, qualquer coisa pode acontecer, certo?
Os outros personagens são promissores. Temos Jeremy, o britânico sexy viciado em sexo, sendo a foda garantida de Mindy, que passa aquele tom de sedutor, mas que claramente não deve ser muito inteligente – mesmo sendo um médico; tem Chris, que é o médico que não tem medo de falar a verdade, é bem sarcástico e claramente o próximo namorado de Mindy, e temos também Gwen, a melhor amiga, que ainda não se mostrou totalmente importante, mas se for bem desenvolvida, pode trazer mais um ponto positivo para série.
O constante foco nos problemas da protagonista em tentar arrumar um macho (ou melhor, arrumar um Michael Fassbender da vida – tanto a cara, quanto o pacote) será o que moverá a série e como já há diversas comédias em que o tema deu certo, The Mindy Project tem potencial para crescer dentro da emissora. Por outro lado, essa temática pode ser um tiro no pé, considerando o público em geral. Entretanto, os personagens são tão carismáticos que, provavelmente, agradarão homens e mulhers, que vão acabar torcendo para que todos os encontros da fofinha saiam errados – para podermos rir de todos os momentos de vergonha alheira que isto proporcionará.
Vale lembrar que é sempre difícil avaliar uma comédia baseada no piloto, mas a série já se mostra à frente das concorrentes ao conseguir desenvolver bem seus personagens em 23 minutos, com um humor eficaz em diversas situações.
Mesmo não tendo uma premissa muito original (na primeira cena já dá para ver Bridget Jones estampada na cara da protagonista), os meios valem a pena e The Mindy Project pode se tornar uma das melhores comédias do ano.
Créditos: Box de Séries
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