Agora que ele e Luciana se assumiram apaixonados e até já fazem planos para uma vida inteira juntos, Miguel acha que a coisa mais certa e urgente do mundo é comunicar o fato a Jorge, já no dia seguinte ao primeiro beijo. Não quer que o irmão saiba por terceiros e faça julgamentos precipitados a respeito deles. Por isso, vai ao escritório falar com ele.
Ao vê-lo, Jorge fecha a cara: “Veio pedir alguma coisa ou entregar o convite de casamento?”. Miguel respira fundo, mas não se intimida. O casamento ainda demora, ele diz, mas o namoro, este já firme e sacramentado. Jorge leva um tempinho pra assimilar a notícia e quando o faz, fica possesso. Num gesto impulsivo, pega o primeiro objeto que vê pela frente e arremessa contra o irmão.
Miguel se esquiva, por pouco não é atingido: “Pensei em conversar numa boa...”. Mas Jorge sente-se como que apunhalado: “Como podem conversar numa boa um irmão que trai e outro que é traído?”. Pra ele, Miguel só está ali pra tentar se livrar da culpa pela facada que deu, e como? “Jogando pra cima de mim as sobras dessa historinha patética de vocês”.
Miguel não concorda, acha que o amor de Jorge e Luciana já havia acabado há tempos. Mas antes de concluir, Jorge voa pra cima dele disposto a partir-lhe a cara. Os dois se engalfinham em luta corporal pelo chão do escritório. E só param, ou melhor, fazem uma trégua, quando os funcionários chegam pra apartar.
Miguel ainda insiste em convencer o irmão, mas Jorge está irredutível. O jeito é sair fora, como diz Paixão, “antes que acabe em tragédia”. Mas sai de cabeça erguida: “Fiz o que tinha de fazer, não te devo nada Jorge, tchau”.
Atenda o desejo de todos, Jorge: parta para outra!
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