Nesta segunda-feira a HBO estreia duas comédias cheias de acidez crítica e zombaria. Girls, que vai ao ar às 22h, e Veep, estreando logo em seguida, são comedias bastante diferentes entre si, mas ambas fazem chacota da vida americana, expondo o lado ridículo e embaraçoso dos americanos.
Girls, ao contrário do que foi dito na época em que estreou lá fora, não é uma nova Sex and the city. A comparação pode prejudicar a série, que precisa de tempo para ser compreendida. Nela temos Hannah, uma heroína loser que tenta sobrevier na atribulada Nova York, mesmo sem a ajuda dos pais, sem emprego e com a vida toda desajustada.
A série traz esse inverso da glamourização que a série liderada por Carrie Bradshaw mostrava. Fato que fica claro desde o início da trama, mas o andar arrastado e a falta de foco na personagem principal faz com que a série se distraia de seu propósito. E deve ser por isso que as opiniões sobre a série se dividem. Mas é inegável que a produção já tem fãs cativos.
Confusão parecida acontece com Veep. Quem espera ver Julia Louis-Dreyfus indo ao extremo do ridículo, como fazia em The New Adventures of Old Christine, sentira o tom dessa nova comédia pesar. Aqui temos Julia desmoralizando uma das posições mais elevadas da politica americana. E não há momento mais adequado para essa piada do que o ano em que as eleições presidenciais acontecerão na terra do Tio Sam.
A graça de Veep não está em situações embaraçosas, mas na completa exposição de momentos constrangedores em um ambiente tão formal e engomadinho. Imagem que os assessores políticos tanto têm trabalho em construir e que agora se vê estripado na HBO.
É nesse tom que Veep e Girls se mostram uma boa aposta não só pelas risadas, mas pelo desprendimento moralístico representados por personagens cheios de falhas, fora dos padrões, debochados e, acima de tudo, humanos.
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