domingo, 16 de outubro de 2011
Bastidores de Malhação: Trilha sonora de Malhação mistura ópera, rock e heavy metal!
Veterano em trilhas sonoras da Rede Globo e, principalmente, produtos voltados para o público adolescente, Rogério Vaz surgiu com uma proposta inusitada nas primeiras reuniões de produção de Malhação. Ele sugeriu músicas que não estão na lista das mais tocadas pelas rádios, como “Nenhum motivo explica a guerra”, do grupo Afroreggae. A música é de 2001, mas se encaixou perfeitamente na trama da autora Ingrid Zavarezzi. Para sua surpresa, todo mundo adorou a ideia.
“Acho bacana apostar em uma trilha sem compromisso com o hit do momento, músicas que estão tocando nas rádios. Escolhemos músicas lindas que não são necessariamente conhecidas”, diz o produtor.
A empolgação do grupo foi tanta que todo mundo deu dicas. O diretor musical Mariozinho Rocha passou referências paras as trilhas incidentais. Ajax Camacho escolheu Barão Vermelho; Mario Marcio Bandarra optou por BNegão. A partir daí o trabalho começou. “Acaba que a coisa da trilha é a parte mais gostosa. A gente parte da sinopse da novela, cerca de dois meses antes da estreia, vê a cara que a direção quer dar para o texto, como ambientar situações e personagens, e parte para a criação”, diz Rogério.
A primeira cena da novela era um pesadelo da personagem Alexia (Bia Arantes) e a trilha deveria ser marcante. “Tentei uma ária de opera e Pink Floyd, mas nada funcionava. Era preciso chegar com impacto, por que ali está a trama. Por causa do pesadelo, as pessoas vão passar meses pensando”, diz. Daí o diretor Mario Marcio Bandarra enviou um DVD com a cena editada para Rogério Vaz pudesse criar a música incidental. “Fiquei louco trabalhando! Criei uma mistura de ópera com heavy metal. Fiquei feliz com o resultado e as pessoas comentaram”, comemora o produtor.
Para continuar o trabalho de criação das músicas que dão magia e mistério às cenas da novela, Rogério Vaz se cercou dos melhores profissionais. Milton Guedes, que toca gaita, criou os temas de Filipe (Pedro Tergolina). “Como o personagem é um cara do bem, a gaita remete ao alto astral”, diz. “O tecladista Rodrigo Tavares, que também é arranjador de Seu Jorge, é um cara da pesada. Ele fez os pianos e os teclados. Já o DJ Roque ficou com as músicas de comédia e hip hop para ambientar as cenas do grafite de Jefferson (Douglas Sampaio) e Dieguinho (Pedro Bernardo)”, completa. André Vasconcelos e Maurício Oliveira fizeram o baixo, e o próprio Rogério Vaz gravou algumas faixas na guitarra e no baixo.
O produtor musical lembra que para criar a trilha sonora de uma novela é importante o profissional ser compositor. “As músicas têm que ter partituras minhas. A partir daí, posso fazer um pedido especial para o DJ”, completa.
O talento de Rogério Vaz foi descoberto por um grande nome do meio musical, o produtor Tom Capone, morto em 2004 em um acidente de moto nos Estados Unidos. Nesta época, Rogério Vaz produzia sua própria banda, a Elétrika, em Belo Horizonte. Quando recebeu o convite de Capone, Vaz decidiu que era hora de se mudar para o Rio de Janeiro.
Ele se especializou em mercado fonográfico e trabalhou em uma gravadora, até que Mariozinho Rocha ligou oferecendo a oportunidade de fazer um “teste”. Ele teria que criar músicas para dez temas em um prazo de apenas duas semanas. Rogério Vaz aceitou o desafio e conquistou a admiração do diretor. Com as trilhas de Malhação, ele também tirou o fôlego do telespectador.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário