sexta-feira, 1 de julho de 2011

Atriz fala das dificuldades de ser a mãe de Natalie em 'Insensato'!



Com 35 anos dedicados à atuação, o que ainda atrai Rosi Campos a construir novos personagens é a possibilidade de mudar de acordo com as exigências do papel. "Meus personagens não têm grandes transformações estéticas. A coisa é mais interior. É minha obrigação fazer coisas diferentes. É isso que me move", confessou a intérprete da Haidê, de Insensato Coração. Na trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, Rosi encarna a sofrida mãe de Natalie e Douglas, de Deborah Secco e Ricardo Tozzi. Enquanto os filhos só querem saber de se dar bem de maneira fácil e rápida, Haidê tenta manter os dois a salvo de suas próprias armações. "Existem muitas pessoas assim, que acham que vão acontecer sem qualquer esforço", divertiu-se.
Além da participação na atual novela das 21h, Rosi também vai montar um espetáculo teatral. Assim que as gravações do folhetim terminarem, ela começa em São Paulo a peça Morgana e a Família Real, onde vai reviver um de seus papéis de maior sucesso: a feiticeira Morgana da série Castelo Rá-Tim-Bum, produzida pela TV Cultura em 1994 e reprisada até hoje. "É o papel da minha vida. Muita gente me para na rua e fala que cresceu me vendo na série. Me sinto mais velha do que sou, mas tudo bem. É bom fazer parte da história dessas pessoas" ressaltou a atriz de 57 anos, aos risos.

Seu último papel em novela das nove foi em América, de 2005. Como surgiu o convite para voltar ao horário nobre da emissora?

O Gilberto Braga me ligou uns seis meses antes de começar a produção da novela. Ele me falou que tinha escrito um papel legal para mim e que queria trabalhar comigo. Lógico que eu disse sim. Gosto dos tipos realistas que ele constrói. Além disso, nunca tinha trabalhado em novelas dele.

Muda alguma coisa por saber que o autor escreveu a personagem pensando em você?

A responsabilidade aumenta. Fiquei apreensiva, mas na primeira leitura já adorei a personagem. É bem mais fácil quando o papel agrada a atriz. A Haidê é um tipo muito realista, que representa a dificuldade de sobrevivência. Isso fez dela uma mulher correta, íntegra e ética. É por isso que ela pega muito no pé dos filhos. Eles são exemplos de pessoas que não querem trabalhar, que acham que vão conseguir as coisas estalando os dedos. Ela cobra esse senso de realidade deles, porque a vida dela nunca foi fácil. A vontade de trabalhar é o grande patrimônio dela.

Para dar vida a um tipo tão forte, você fez uso de algum processo especial de composição?

Bastou observar o cotidiano das empregadas e diaristas que conheço. Uma delas é a Zeni, uma mulher cheia de caráter que tem 23 anos e cinco filhos para criar. Outra que serviu de inspiração foi a Célia, minha faxineira, que eu adoro. Essas pessoas que passam pelas nossas casas e cuidam da nossa família são verdadeiros anjos. Gente que trabalha enloquecidamente e que não pode sonhar com nada. Elas cruzam as nossas vidas para a gente dar valor ao que realmente importa.

Faltam quase dois meses para a novela acabar. Acha que ainda dá tempo da Haidê se libertar dos filhos já crescidos, mas extremamente dependentes?

Isso nem passa pela cabeça da personagem. A não ser que eles decidam ir embora. A vida dela é dedicada aos filhos. É o tipo de mãe que fica o tempo inteiro olhando, criando, cuidando. Ela se sente responsável, pois eles não têm nenhuma segurança.

Quando você estreou em novelas, já era uma reconhecida atriz de teatro. Até atuar em Cara & Coroa, de 1995, você nutria algum preconceito pelos folhetins?

Acho que tudo tem sua hora. Estreei profissionalmente no teatro em 1976 e só tinha olhos para os palcos. Nos últimos anos, já fiquei até um ano e meio sem fazer teatro. Antes eu me apresentava em longas temporadas, viajava o mundo inteiro. Queria fazer novelas, mas nunca tinha tempo. No entanto, quando decidi fazer TV, levei a sério. Tanto que nunca tive de recusar nenhum personagem em folhetins por causa de alguma peça. Mesmo com a estreia tardia, acho que consegui construir uma boa história com o veículo, repleta de personagens interessantes como a Mamuska de Da Cor do Pecado, a Maria Tomba Homem, de Hilda Furacão, entre outros.

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Modificado por Louco's por TM'J