sábado, 7 de abril de 2012

Fique por dentro de Cheias de Charme: Cheias de Charme: uma homenagem à mulher guerreira de todas as classes!



Dinamismo, graça e leveza: é nesse tom que Izabel de Oliveira e Filipe Miguez pretendem desenrolar as aventuras e emoções de Cheias de Charme, próxima novela das 19h e a primeira assinada pela dupla. O folhetim abordorá o universo das empregadas domésticas, um tema muito comum, porém pouco explorado na dramaturgia, defendem os autores. A trama, que tem estreia prevista para 16 de abril, vai mostrar a trajetória de mulheres batalhadoras de todas as classes sociais.
Felicíssimos com os atores que darão vida aos seus personagens, a dupla promete momentos sensacionais nas histórias das heroínas Penha (Tais Araújo), Cida (Isabelle Drummond) e Rosário (Leandra Leal). Chayene, papel de Claudia Abreu, também promete, assim como as trapalhadas dos sósias Fabian e Inácio, interpretados por Ricardo Tozzi.
Do funk carioca ao sertanejo universitário, passando pelo tecnobrega e o forró, a música popularíssima brasileira vai agitar a novela. Os autores esperam que o público se inspire na história dessas mulheres que enfrentam grandes obstáculos, mas não perdem o rebolado. Em entrevista exclusiva, Izabel de Oliveira e Filipe Miguez contam tudo o que vai rolar em Cheias de Charme!

A trama gira em torno das empregadas domésticas. De onde veio a ideia de falar sobre esse universo?

Filipe Miguez - A Izabel e eu gostamos de tramas de novela que envolvem mulheres e nos demos conta de que, entre as várias relações possíveis entre duas personagens femininas, o universo patroa/empregada ainda era pouco explorado, mesmo sendo um tema tão brasileiro, parte tão presente do nosso cotidiano. Poucas vezes empregadas domésticas foram protagonistas em novelas, mesmo sendo a maior categoria profissional feminina no país.

Izabel de Oliveira - As empregadas domésticas inspiram personagens riquíssimos, elas convivem com famílias que não são as suas, ajudam a criar filhos que não são os seus, criam laços afetivos com seus patrões, passam a fazer parte de uma casa como um membro daquela família sem pertencer a ela. Outro ponto importante foi a vontade de falar de um brasileiro que tem mudado de cara nos últimos dez anos. Vários aspectos da ascensão da classe C têm sido discutidos, para mim e para o Filipe interessava falar da autoestima dessa classe.

Como surgiu a história de Penha, Rosário e Cida, as protagonistas de Cheias de Charme?

F - Escolhido o universo, o próximo passo foi levantarmos, Izabel e eu, possíveis histórias entre patroas e empregadas, agregando elementos desse mundo. Criamos várias Marias, até chegarmos às nossas três. Queríamos uma mulher batalhadora, boa profissional, simples, guerreira, e criamos a Penha (Tais Araújo). Uma sonhadora, que quer ser cantora, apaixonada pelo cantor popular da vez, e daí surgiu Rosário (Leandra Leal). E, finalmente, a gata borralheira, criada pela família dos patrões para servi-los. E assim nasceu a Cida (Isabelle Drummond).

I - Estamos felicíssimos com as nossas três Marias, mas ficamos devendo um monte de histórias. Cheias de Charme vai mostrar a trajetória de mulheres batalhadoras, não apenas empregadas domésticas, e o que nós discutimos, estudamos e criamos pra chegar a esta história, pode nos alimentar em muitas outras.

Depois de uma vasta experiência como colaboradores, vocês estão estreando como autores de uma novela. De que maneira essa experiência ajudou na criação de Cheias de Charme?

F- Essa experiência é totalmente determinante. Aprendi coisas preciosas em cada uma das 12 novelas que colaborei, de grandes nomes como Aguinaldo Silva, Gilberto Braga, Ricardo Linhares, Carlos Lombardi, Alcides Nogueira, Lauro César Muniz. Fora os colegas colaboradores, como Márcia Prates, Maria Helena Nascimento, Glória Barreto, Mauro Wilson, entre vários outros, com quem troquei muitas experiências. Além, é claro, da Izabel, que conheci numa novela.

I - Aqui no Brasil a gente tem os melhores autores de novela do mundo, você poder aprender com Gilberto Braga, Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares, é um privilégio. Essa pra mim é a maior escola. Eu e Filipe carregamos um pouco de todos os trabalhos que fizemos.

Como começou a parceria entre vocês?

F- Começou no tempo de Duas Caras, de Aguinaldo Silva, novela da qual Izabel e eu fomos colaboradores. Já era amigo da Izabel há mais tempo, mas descobri o talento dela nessa novela, e também uma grande afinidade de olhar sobre o gênero. Começamos então a trocar ideias e daí nasceu o desejo de assinarmos nossa primeira novela juntos.

I - O Filipe é um autor sensacional, super criativo, nosso texto tem uma afinidade absurda, eu gosto muito de trabalhar com ele.

A trama não tem uma protagonista única. É dividida em três histórias que se comunicam entre si. Essa foi uma prerrogativa de vocês no momento de criação da novela?

F- Começamos pensando numa protagonista única, mas logo vimos que o universo comportava tantas histórias boas, que resolvemos abrir esse leque. O “tríplice protagonismo” também combina bem com o horário, traz dinamismo, graça, leveza.

I - Foi difícil concentrar tanta história em três, imagina em uma protagonista!



Como foi a construção da vilã Chayene?

F- Queríamos uma patroa divertida, dá pá-virada, muito rica, mas de um universo que fizesse parte do imaginário das empregadas domésticas, alguém que fosse também muito popular, que tivesse vindo do povo. Daí veio a ideia dessa cantora, uma forrozeira que já fez mais sucesso e quer se manter no centro das atenções a todo custo. Eu sempre digo que as personagens escolhem os seus donos. Chayene não poderia ter escolhido uma atriz que atraísse mais holofotes: a genial Claudia Abreu.

Em Cheias de Charme, a música será muito explorada e terá um papel fundamental na vida das protagonistas. Houve algum motivo especial para mergulhar nesse universo?

F- Além de ser um universo totalmente afim ao das domésticas, a música popular também está passando por um momento riquíssimo de transformação, com a democratização do acesso aos meios de produção musical. Hoje qualquer produtor de periferia pode mixar uma faixa, queimar um CD, vender seu trabalho, sem passar pelo chamado “mainstream”. Esse fenômeno está pipocando ao redor do mundo e no Brasil está produzindo cenas como o Funk carioca, o Tecnobraga Paraense, o forró eletrônico do nordeste, o Sertanejo Universitário. A novela trata dessa nova música popularíssima brasileira. Nesse sentido, tivemos a preciosa orientação do antropólogo Hermano Vianna, que nos ensinou e apresentou muito desse universo.

I - Assino embaixo, só acrescentando que esse universo da música nos permitiu colocar na trama personagem totalmente populares, como o produtor da periferia, como o Filipe falou. São personagens que fazem parte do dia a dia do povo, mas que nem sempre vemos nas tramas, pelo menos não de forma decisiva, como vão estar em Cheias de Charme.

O motorista Inácio e o cantor Fabian são sósias um do outro e prometem dar o que falar. O que o público pode esperar dessa dupla?

F- Rosário, a personagem de Leandra Leal, tem uma grande dualidade: ao mesmo tempo em que quer ser cantora e sua carreira não decola, quer deixar de ser cozinheira e nesse campo só atrai elogios e conquistas. Inácio e Fabian são os homens da vida dessa mulher, que representam essa dualidade. Enquanto Fabian é o cantor inatingível, o grande ídolo, com quem Rosário sonha um dia em cantar, Inácio é o motorista do bufê onde ela trabalha, um cara pé no chão, que detesta música e o fato de se parecer com um cantor famoso. Aguardem ótimos momentos de Ricardo Tozzi e Leandra Leal.

I - Acrescentando: e que mulher não sonharia com esses dois? (Risos) Na verdade a brincadeira é exatamente essa, pode parecer que a dualidade está nos dois personagens, idênticos fisicamente, mas tão diferentes em temperamento, mas, na verdade, a dualidade está em Rosário. Inácio e Fabian representam os dois lados dessa personagem, o da menina cheia de fantasias que cresceu num orfanato sonhando em ser cantora e o da grande chef que ela realmente poderia se tornar, se investisse nisso.

A mulher guerreira, que corre atrás de seus objetivos enfrentando diversos obstáculos, é um dos temas da novela. Que mensagem vocês pretendem passar a partir dessa premissa?

F- A novela é uma grande homenagem a essa mulher que existe em todas as classes. Temos também a personagem Lygia (Malu Galli), que precisa se desdobrar nos papeis de mãe, dona de casa e advogada requisitada. Vamos ter vários exemplos positivos de gente que quer subir na vida, mas com ética, pela força do próprio trabalho. O maior exemplo disso na novela é a Penha, que trabalha como empregada doméstica para sustentar o filho, o marido e os irmãos, dando duro e pegando no pesado sem nunca perder o bom humor. Pelo pouco que já vimos, a Taís Araújo vai arrasar! Aliás, nossas três Marias não poderiam ter escolhido melhor suas intérpretes, as três estão inspiradíssimas!

I - Além de tudo que o Filipe falou, acho que Cheias de Charme mostra essa mulher que supera obstáculos, essa mulher guerreira, mas que vence as batalhas, (perdendo um ou outra eventualmente), com alegria. Acho que esse é o maior segredo das nossas e de tantas outras Marias que estão por aí. Transformar a realidade com alegria, esse é o pulo do gato. Porque vencer batalha e ficar carrancudo ninguém quer, não é gente?

Pelo visto, a nova trama das sete trará muitas surpresas. Não perca Cheias de Charme, que tem direção de núcleo de Denise Saraceni e estreia prevista para segunda-feira, 16 de abril!

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Modificado por Louco's por TM'J