A conversa com Tereza só serve para deixar Jorge ainda mais estressado. Assim que sai de lá, a cabeça fervendo, ele sente que sem um drinque redentor não vai conseguir dormir. Por isso escolhe um bar discreto onde possa aliviar as tensões. Coincidentemente, é o mesmo lugar onde encontrou uma certa moça que, na ocasião, adoraria ter bebido com ele.
Ela o vê chegar e se apresenta. Jorge é receptivo e ela se senta linda, vistosa, o sorriso insinuando possibilidades infinitas. Desta vez, Jorge pede uísque pra dois.
A moça estranha o fato de ele, como da outra vez, estar carrancudo e oferece seus préstimos: “Uma noite de amor pode ajudar bastante a esquecer os problemas”. Mas Jorge não está disposto. E parece estar mais apressado que antes. Ainda assim, a moça tem tempo de lhe contar seu nome: Myrna.
Myrna, profissional da noite, torce que um dia eles tenham mais tempo pra conversar e, talvez, pra algo a mais.
“Pra quê?”, pergunta Jorge. ”Um encontro casual, um drinque e tchau... Uma relação assim pode durar cem anos, sem nenhum atrito, sem cobrança, sem ciúmes”.
Na despedida, como da outra vez, ele deixa a garrafa. Ainda que pense diferente, ele e Myrna agora são mais que meros desconhecidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário