Entrevista: Marcos Caruso!

Em quase todos os seus personagens em novelas, Marcos Caruso deixava transparecer sua leveza, ternura e simpatia. E não tinha como ser diferente, o ator é muito receptivo, bem articulado, calmo, sorridente e do bem, diferente de seu atual personagem, Niemann, um vilão com sede de vingança. Conversamos com Caruso para saber como está sendo interpretar seu primeiro vilão na carreira e suas impressões do personagem. Confira a entrevista abaixo!

Experiência como vilão
“Eu fiz quatro novelas praticamente seguidas: um pai amoroso, um padre comédia, e um personagem romântico que se apaixonava por três grandes mulheres. Agora, faço um vilão! Está sendo um grande presente na minha carreira. São quatro trabalhos completamente opostos, acho que é difícil emendar trabalhos tão diferentes e isso mostra que confiam no meu trabalho e faz com que eu exercite meu talento em personagens tão distintos”.

Ao seu próprio gosto
“Está sendo uma experiência muita boa e eu gosto de fazer o vilão ao meu jeito, não costumo ultrapassar muito o texto do autor, pois quando a gente busca muito além pode correr o risco de cair no clichê, de fazer um vilão estereotipado. É interessante fazer ao meu modo, e acho que está agradando. Contracenar com dois colegas como Eliane (Giardini) e Antônio (Fagundes) é uma experiência extraordinária”.

Traição e perdão
“Eu acho que quando a pessoa tem uma índole boa, a ferida da traição é cicatrizável com o passar de pouco tempo. Mas quando a pessoa já tem uma índole um pouco mais perversa ela remoe aquela traição e não cicatriza. A traição é muito difícil mesmo de você perdoar. Mas depende muito das pessoas, no caso do Niemann ele é um homem muito amargurado. Pré-disposto a não perdoar. Isso acontece muito com as pessoas, não engolem a situação e acaba transformando em vingança, o que é uma maneira de se libertar da dor.

Reação de Niemann
“A pessoa com índole boa sofre evidentemente porque traição é ruim em qualquer nível: de amizade ou de amor. Trair é ferir a confiança do outro. Niemann viveu recluso durante quase vinte anos, solitário, ele não colocou pra fora e sedimentou o que de pior existia nele”.

Caruso no lugar de Niemman
“Se eu fosse ele, procuraria a pessoa que me traiu. A melhor forma de você conviver é conversar, trocar opiniões e ideias. Eu sempre ajo de uma maneira muito aberta, jamais me tornaria recluso, me fecharia. Quando eu tenho um problema eu ponho para fora, eu procuro a pessoa, exponho o sentimento para poder consertar. Para resolver um problema é preciso enfrentá-lo de uma maneira aberta”.

A vingança
“O Niemann não tem limites. Ele fará o necessário para recuperar o amor da Hélia. E ele já disse isso pra ela. Tem uma frase do personagem que diz: se você voltar pra mim eu esqueço tudo, eu desisto de tudo e todos viverão em paz. Então, ele não está preocupado em se vingar do Leal, ele tem um carinho fraternal por ele e reconhece a importância dele como homem e profissional”.