Com chamadas no ar no Universal há tempos, finalmente estreia depois de amanhã “A gifted man”. A série é estrelada por Patrick Wilson como o neurocirurgião Michael Holt, um dos melhores médicos de Nova York. Materialista e soberbo, ele comanda uma clínica de luxo. No primeiro episódio, encontra casualmente a ex-mulher, de quem tinha se divorciado dez anos antes, quando ainda vivia no Alasca. Também médica, Anna conta que dirige um posto de saúde numa área carente da cidade. Ao ligar no dia seguinte, Michael descobre que ela morreu. Ele portanto, conversou com seu espírito. O encontro do médico frio com a morta abnegada será transformador para ele.
A dissensão entre ciência e espiritualidade — e suas derivações, como o contraste entre o altruísmo e o apego material — é o motor desta série. O bem/o mal, o rico/o pobre etc, como todo mundo sabe, são expressões do maniqueísmo que move quase todas as produções dramáticas e não vai aí nenhum demérito. A questão é a calibragem da pretensão dos realizadores da série. Se “A gifted man” não intencionar embarcar em maiores questionamentos filosóficos, pode se sair muito bem como puro entretenimento. Tem qualidade e é emocionante.
Vale torcer ainda para que o programa venha a dar espaço também para Margo Martindale, coadjuvante que faz a secretária Rita. A atriz, que já ganhou um Emmy, por si já merece a atenção do espectador.
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