sexta-feira, 16 de março de 2012
‘American horror story’ investe nos pavores imaginados!
Acabou a primeira temporada de “American horror story” (aqui exibida na Fox) e, ainda bem, seus produtores já estão fazendo as escalações para a segunda. Classificar o programa como “de terror” é arriscar uma tremenda redução, embora não seja 100% um erro. Trata-se de uma série para os que têm um pouco de coragem, mas não só isso. É sobretudo um programão para aqueles que gostam de embarcar nos roteiros mais heterodoxos.
O enredo acompanha a família Harmon: o pai, Ben (Dylan McDermott), a mãe, Vivien (Connie Britton), e a filha adolescente, Violet (Taissa Farmiga). Eles se mudam de Boston para Los Angeles na tentativa desesperada de deixar para trás um mau pedaço — um caso extraconjugal do marido e um aborto da mulher. Na nova vida, entretanto, os esqueletos que eles guardam no armário farão companhia a outros tantos, da casa mal-assombrada para a qual se mudam. Ao lado, mora Constance (Jessica Lange, excelente no papel), uma vizinha esquisitíssima.
Os filmes de terror clássicos trabalham com o princípio que os seres do outro mundo que estão expondo na tela existem de verdade. “American horror story” não. Seu investimento é nos pavores imaginados, os do inconsciente, aqueles que costumam ser digeridos no divã. O terror aqui é um parente próximo do erotismo. Não à toa, Ben é psicanalista. Seus fantasmas e os de seus pacientes também circulam pela casa. Este surrealismo vem embalado com uma cenografia cheia de apuro estético e uma trilha esperta. “American horror story” merece a sua atenção. Se não embarcar logo no primeiro episódio, insista. Você será capturado. Aconteceu comigo.
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