segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Fique por dentro de A Vida da Gente: Lícia Manzo avalia a rejeição que Eva sente por Manuela!



Uma mulher manipuladora que passa todo seu tempo planejando a vida de Ana (Fernanda Vasconcellos). Eva (Ana Beatriz Nogueira) é uma caixinha de surpresas e não economiza para concretizar seus planos para a filha mais nova. Fiel à ex-tenista, foi capaz de passar anos no hospital ao lado de Ana, acreditando sempre que ela daria a volta por cima. Mas, ao mesmo tempo, foi capaz de renegar Manu (Marjorie Estiano), a filha mais velha que sempre rejeitou.
Mas a face mais cruel de Eva talvez tenha se revelado quando ela chamou a pequena Júlia (Jesuela Moro) para uma conversa a sós. Ardilosa, não poupou a neta, insinuando que Manu roubou Rodrigo (Rafael Cardoso) de Ana e ainda disse que, em um futuro próximo, moraria em seu apartamento, ao lado da mãe. Apavorada, a loirinha passou a ter mais resistência à ex-tenista. Qual será o motivo de tanto rancor e articulação? A autora de A Vida da Gente, Lícia Manzo, analisa a personalidade da personagem e revela que a relação dela com Ana vai se transformar.

Parte do público acha a Eva uma pessoa má e interesseira, principalmente por causa da compulsão em administrar a antiga carreira de sucesso da Ana. Como você define o temperamento da personagem?

Uma personagem disfuncional, com muita dificuldade de perceber o outro, ou de perceber a filha como outra. Na verdade, ela usa essa filha, Ana, como objeto de prazer e satisfação dela, e não consegue cortar esse cordão. Ela acredita realmente que Ana veio ao mundo para satisfazer suas expectativas, suas necessidades não preenchidas, seus desejos não realizados e, nessa medida, impossibilita um convívio saudável ou harmonioso com essa filha.

Teve algum fato marcante no passado dela para determinar a implicância com a Iná (Nicette Bruno)? As duas sempre tiveram dificuldade de se relacionar?

As duas sempre tiverem dificuldades de se relacionar. Eu acho que seria bom, seria reconfortante, se a gente sempre pudesse atribuir a um fato isolado o caráter complicado de algumas pessoas, mas infelizmente não é assim que a coisa se dá. As pessoas às vezes têm traços de personalidade bastante complexos, bastante complicados, e isso não necessariamente se atribui a um fato isolado ou determinante. Citaria como exemplo uma mãe e uma filha emblemáticas da história das telenovelas: Raquel e Maria de Fátima [de Vale Tudo, de 1989]. Na verdade, nada aconteceu no passado para que Fátima odiasse Raquel. Fátima era uma menina ambiciosa, com outros valores, diferentes do da mãe, apenas isso.



E a raiva que ela sempre nutriu por Manu, como surgiu? Essa relação ainda tem volta?

Na verdade, eu acho que Eva, ao enxergar a imperfeição da filha, de certo modo acaba enxergando a própria imperfeição que ela não quer ver, não quer encarar. Acho que a Eva rejeita a deficiência que a filha tinha quando criança e rejeita ainda mais essa filha por esperar dela um afeto que é incapaz de dar. Então, ela rejeita essa expectativa da menina, como se a menina a estivesse acusando ou querendo tirar dela alguma coisa que, no fundo, ela não pode dar e não quer admitir. Se essa relação tem volta: bom, aí, assistam à novela!

Desde que saiu do hospital, Ana está determinada a impor limite na obsessão da mãe pela sua vida. Ela vai conseguir lidar melhor com a chantagem emocional que Eva exerce desde a sua infância?

Sim, eu acho que a Ana recobrou a consciência em muitos sentidos e não é mais a menina submissa e manipulável que era antes, então, em função disso, essa relação estabelecerá uma nova dinâmica, que Ana espera que seja mais saudável. Mas, realmente, Eva é uma personagem muito inflexível, neurótica - e muito agarrada às suas neuroses.

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Modificado por Louco's por TM'J