sexta-feira, 29 de julho de 2011
'Glee' ironiza e atualiza o universo teen norte-americano!
Basta ligar a TV e assistir à equivocada e preguiçosa Sessão da Tarde, da Globo. Quando não são filmes de bruxinhas, sereias e fadinhas, pode ter certeza: vai ser exibido um longa sobre corais e torcidas organizadas de colégios americanos. São produções voltadas para o público pré-adolescente, apesar que corais estudantis e torcidas organizadas não tenham grande expressão no Brasil. O Corinthians, por exemplo, tem lindíssimas animadoras de torcida, mas elas não fazem parte da cultura estudantil brasileira. E ninguém perde um lance do jogo por conta delas.
Desde 2009, Glee é transmitida pelo canal por assinatura Fox no Brasil. E, no início deste mês, ganhou uma janela na grade da manhã de sábado na Globo. Não é exatamente o horário mais nobre da televisão brasileira, mas é uma forma de ocupar um período do dia que a TV tem - aparentemente - audiência massiva da garotada.
Glee, originalmente, são canções curtas cantadas por grupos musicais, como duetos, trios e corais - os "glee clubs". Daí o nome da série. O roteiro combina com eficiência música, dança, relacionamentos amorosos e formação de amizades. E, no final das contas, a série pode ser entendida uma fábula sobre superação das próprias dificuldades e a crença na conquista de um destino melhor. Ou deveria ser.
Aqui o sonho americano transformou-se em uma comédia nervosa e a competividade em transtorno de personalidade. Rachel Berry, papel de atriz e cantora Lea Michele, sintomaticamente afirma que hoje ser anônimo é pior do que ser pobre. Não é à toa que o diretor do coral Will Schuester, de Matthew Morrison, parece um personagem de um filme de Frank Capra. Mas com uma bonita mulher - Terri, de Jessalyn Gilsig - capaz de agredir deficientes.
A série, portanto, tem um elenco de perdedores. Mais ainda, um "freak show", com o gay afetado, a menina obcecada em fazer sucesso, a gordinha negra que sonha ser uma diva da "soul music", um professor de música demitido por assédio sexual que se transforma em traficante, a treinadora de torcidas durona, a neurótica por limpeza e por aí vai. Todos embalados por uma produção esmerada e uma trilha sonora bem pop e muito bem cuidada. E boa parte do elenco veio dos musicais da Broadway.
Como a citada Lea Michele, que participou de coisas tão diferentes quanto Os Miseráveis e O Despertar da Primavera. Quem ainda não viu, vai ver ótimas brincadeiras, como divertido o episódio dedicado a Madonna. Glee tem uma ironia no limite da autocrítica. Cínico, mas não iconoclasta. É tudo o que Rebelde gostaria de ser.
Glee vai ao ar na Globo aos sábados, às 11h15. Na Fox, o seriado é exibido às sexta, às 21h.
Marcadores:
Glee,
Rede Globo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário