quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fique por dentro de Fina Estampa: Beth Filipecki destaca o colorido e a modernidade no figurino de Fina Estampa!



Para compor o figurino de uma novela das nove, é preciso muita pesquisa, além de uma equipe competente e diversificada. Segundo Beth Filipecki, que assina o figurino de Fina Estampa ao lado de Renaldo Machado, os 22 profissionais sob seu comando deram conta do recado. Na trama de Aguinaldo Silva, os personagens usarão roupas coloridas, dinâmicas e modernas, bem no clima da cidade que sediará a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. “Cabe ao figurino desenhar da melhor forma possível a alma desses personagens que estão sendo criados”, ela afirma. Em entrevista ao site, Beth comenta as inspirações para esse trabalho, as tendências para o verão 2012 e ressalta o cuidado com as cores da novela: “A nossa preocupação foi ter uma paleta que percorresse o azul do mar, o verde da floresta, a areia, o urbano. Não usamos roupas pretas em Fina Estampa”.

Qual é o ponto de partida para criar o figurino de uma novela como Fina Estampa?

Primeiro, tratamos de desenvolver uma ideia desse Rio de Janeiro descrita na sinopse, ver como são esses diferentes olhares da cidade. É uma ampla pesquisa feita pela equipe do figurino, que passa por internet, fotos, pelas ruas da cidade. Depois, eu e Renaldo fomos escolhendo profissionais que compõem um perfil variado, que conseguem formatar em rede esse trabalho. Cabe ao figurino desenhar da melhor forma possível a alma desses personagens que estão sendo criados, e a equipe de figurinistas tem que ter uma vivência muito holística dessa cidade.



Qual é a principal preocupação da equipe de figurino ao começar esse trabalho?

Temos muito cuidado com a paleta de cores. Por exemplo: não usamos roupas pretas na novela. Porque o Rio de Janeiro é a mistura das cores, e o preto é a ausência dela, é a sombra da cidade. A nossa preocupação foi ter uma paleta que percorresse o azul do mar, o verde da floresta, a areia, o urbano. Nós estudamos todas as tendências da moda primavera-verão 2012, e a questão da natureza na cidade é uma tendência mundial. O figurino segue as tendências contemporâneas de quem está circulando na Cidade Maravilhosa. É uma cidade que vai receber a Copa do Mundo, as Olimpíadas, então também tratamos do esporte, de ação, do moderno, tecnológico. Estamos trabalhando muito mais com a escola impressionista de pintura, onde uma cor se mistura com a outra.

Em que vocês se inspiraram para compor o figurino da novela?

A natureza do Rio de Janeiro inspira o figurino e, principalmente, a ideia de comunhão, uma unidade entre o feminino e masculino. O conceito que li no Aguinaldo Silva é “qual é a sua figura hoje, como você está se vendo hoje?”. É uma brincadeira do duplo. Estamos trabalhando muito com a ideia das camadas, do processo de transformação. O objetivo é mostrar essa ligação entre os núcleos. O Rio convive entre o mar e a montanha, e existe uma conversa entre esses lados. Não há uma figura fixa. As roupas têm movimento, são dinâmicas.

Como é feita a escolha dos tecidos?

Depois de escolhida a paleta de cor, a gente parte para a escolha dos tecidos. Separamos as categorias: seda para os ricos; quando se trata de núcleos mais populares, temos o algodão e a renda, mas sempre ligada ao artesanal. No núcleo rico, temos renda com alta tecnologia, em sedas, em brocados. No núcleo esportivo, temos tecidos de alta tecnologia, como o dry feet, que representam limpeza, ação, atividade, leveza. Na linha praia, usamos cores mais acesas, tecidos com stretch, com neon, brilhos, lycra, a malha fit. Tentamos viabilizar um procedimento comprometido ecologicamente nos fios e nas texturas para o lado mágico da novela, que é o Recanto da Zambeze. E a gente está fazendo com que toda essa cidade seja ligada pelo jeans. Todos os personagens trabalham o azul, desde o mais alegre, como o piscina, até o azul marinho, que é o nosso tom de escuridão. Esses pigmentos vão sendo distribuídos para os personagens de acordo com a trama.



E a escolha dos acessórios?

Acessórios desenhados em banho de em ouro, prata, cobre e pedras preciosas dão a ideia do sol e a passagem do dia até a noite. O artesanato também está presente na ficção. Estamos investindo bastante nessa questão dos acessórios de acordo com o perfil do personagem. Com uma boa bolsa, um bom cinto, você muda seu visual contemporâneo.

O figurino da Griselda é peça fundamental para evidenciar as características da personagem. Como foi o trabalho do figurino nesse caso?

Griselda (Lilia Cabral) é uma mulher muito trabalhadora, sem nenhuma vaidade, porque a vida não lhe permitiu isso. Nossa inspiração foi em mulheres que trabalham em setores masculinos, que para serem respeitadas, precisam se adaptar. Ela usa macacão de brim, cinza, com bolsos para guardar os objetos de trabalho. A pochete também lhe dá a certeza de que ela não esquece nada. O boné cobre seu rosto, e aí tem essa androgenia do contemporâneo. Ela está protegida durante a jornada do dia. O tom tem a ver com a cidade, com o asfalto. A bota é de amarrar, tradicional dos homens. A roupa foi pintada, sofreu tratamento de lavagem, lixamentos, para mostrar que é gasta pelo uso.

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Modificado por Louco's por TM'J